30.3.13

O caminho é longo - Sustentabilidade das Empresas Brasileiras

Por Rafael Tello*

Uma grande distância separa o discurso da prática ambientalmente correta entre as empresas brasileiras. A constatação veio de pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral junto a 172 empresas dos mais variados portes. O estudo apontou que elas estão no que os pesquisadores consideram como sendo o segundo estágio do desenvolvimento ambiental, o que vai pouco além do cumprimento da legislação. O coordenador do estudo, Rafael Tello, aponta quais são os problemas constatados e sugere medidas para serem colocadas em prática a fim de que se passe para um novo patamar de sustentabilidade.

A promoção de um desenvolvimento sustentável no Brasil traz desafios complexos e as empresas precisam estar preparadas para lidar com eles, e com competência para gerar resultados ambientais, econômicos e sociais positivos. Estas estarão aptas a permanecer no mercado e contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável.



Mas quais empresas estão, de fato, neste estágio avançado de gestão da sustentabilidade? Motivada por esses questionamentos, a pesquisa Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras, realizada em 2012 pelo Núcleo Petrobras de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, buscou observar o grau de preparação das empresas para atuarem de modo sustentável.

A pesquisa coletou 172 respostas de empresas de todos os portes, presentes em todo o país, por profissionais de diferentes funções. Porém, houve predominância de respostas de grandes empresas, de organizações da Região Sudeste e de diretores e gerentes como respondentes. 

Como já foi dito, a pesquisa avaliou o estágio de desenvolvimento da sustentabilidade corporativa das empresas brasileiras, e como elas estão preparadas (ou não) para atender às demandas de seus diferentes stakeholders (públicos). Os resultados nos permitiram observar as competências desenvolvidas pelas organizações para atuar conforme as premissas da sustentabilidade. Desta forma, o estudo colabora com o processo de desenvolvimento sustentável, indicando caminhos a serem trilhados pelas corporações para que possam evoluir continuamente no seu processo de aprendizado.

Na metodologia, foram definidos cinco estágios de sustentabilidade em que as empresas podem ser classificadas. O nível ideal é o cinco, no qual a sustentabilidade é o negócio da empresa e provoca a mudança no mercado. Na outra ponta, no nível primário, 1, estão as empresas que se limitam ao cumprimento da legislação. Para realizar a classificação das empresas nesses estágios, foram consideradas as seguintes dimensões de análise: conceito de sustentabilidade, intenção estratégica, liderança, estrutura, capacidade de resposta, relacionamento com stakeholders e transparência.

As dimensões mais avançadas nas empresas, segundo a pesquisa, foram o conceito de sustentabilidade adotado e a estruturação interna da sustentabilidade. O primeiro indica que, para gerar resultados positivos no médio e longo prazo, as empresas precisam levar em consideração as demandas de seus stakeholders, ao operar de forma inclusiva e com ética, buscando também diminuir seus impactos ambientais negativos. Na outra dimensão, de estruturação interna da sustentabilidade, a maioria das empresas afirma que a busca pela sustentabilidade é parte de suas políticas, planejamento estratégico e programas de capacitação. Mais de dois terços das respostas indicaram a existência de pessoas ou equipes responsáveis pelo tema.

Nas dimensões restantes, as empresas ainda se encontram em estágios inferiores, revelando que ainda é preciso avançar na incorporação da sustentabilidade em seus negócios.

A pesquisa observou, por exemplo, como as lideranças das empresas se posicionam frente à promoção da sustentabilidade, uma vez que seu apoio é fundamental para a eficácia e a eficiência das iniciativas internas direcionadas ao tema. Metade das empresas não conta com o apoio da liderança (CEO ou conselho) às suas iniciativas, o que indica que ainda há um longo caminho a ser percorrido para o pleno desenvolvimento da sustentabilidade corporativa no Brasil.

Na avaliação da estratégia das empresas frente à sustentabilidade, a pesquisa indica que ela é motivada pela possibilidade de ganhos de reputação e imagem, atendimento das expectativas dos clientes e obtenção de vantagens competitivas. Ela é executada principalmente por meio da oferta de produtos e serviços sustentáveis, especialmente visando à maior eficiência energética.

Na área da transparência, cerca de 60% das empresas já reportam suas iniciativas de sustentabilidade. No entanto, o percentual cai quando se trata de mensuração de impactos socioambientais das atividades corporativas e dos programas específicos, o que compromete a quantidade e a qualidade dos dados apontados nos seus relatórios de sustentabilidade. 

Na dimensão Capacidade de resposta, mais de 66% das empresas confirmaram ter metas e objetivos relacionados à responsabilidade ambiental, a produtos e serviços sustentáveis e à educação de colaboradores. No entanto, 51% dos respondentes não souberam indicar iniciativas priorizadas pela empresa em 2011. Os respondentes também defendem fortemente maior presença corporativa no debate público sobre temas como mudanças climáticas e desigualdade social.

Na avaliação das Relações com stakeholders, aproximadamente metade das empresas atua em parceria com clientes, ONGs e governo, indicando relações construtivas com estes stakeholders. Destacaram-se ações de apoio ao desenvolvimento das comunidades, por meio de contratação e capacitação de habitantes locais, e a oferta de seguro saúde e de capacitação para desenvolvimento profissional.

Em linhas gerais, a conclusão é de que as organizações brasileiras se encontram no segundo estágio de sustentabilidade – estágio engajado –, no qual já há a preocupação de ir além do cumprimento da legislação, buscando reduzir os impactos negativos de suas atividades e tendo no horizonte a melhoria de reputação. No entanto, ainda são muitos os dilemas, elencados a seguir, que impedem as empresas de passarem para estágios mais avançados de sustentabilidade.

Embora haja por parte das empresas o reconhecimento de que a sustentabilidade implica o desempenho em diferentes campos para diferentes atores, ainda falta equilíbrio na importância dada ao tema pelos executivos. Ao tratarmos de sustentabilidade, observamos um viés para o ambiente, comunidades vizinhas e capacitação de colaboradores. Temas relevantes, como a promoção de diversidade e remuneração, são pouco ou raramente tratados. E atores importantes, como acionistas e investidores, têm baixa relevância relativa frente a outros grupos, uma vez que o atendimento de suas necessidades ficou em 11º lugar, entre os 14 componentes do conceito de sustentabilidade. 

Vale ressaltar a clara discrepância entre o discurso e a ação de sustentabilidade das empresas. Há o entendimento do que ela representa, mas 87% dos respondentes concordam que as empresas que divulgam ações de sustentabilidade não estão realmente comprometidas com o tema. 

Outra evidência interessante se verifica nas respostas sobre a motivação para a sustentabilidade. Segundo os respondentes, atuar de forma sustentável é esperado pela sociedade (84%) e traz resultados positivos para a empresa (77%). Contudo, poucos concordam que o tema é mais importante em tempos de crise (46%) e que ele deve ser completamente voluntário (31%). 

Apesar de as empresas apresentarem objetivos corporativos de sustentabilidade e possuírem profissionais para cuidarem do tema, ainda são incipientes as metas para equipes e profissionais. Sem o desdobramento adequado dos objetivos corporativos para os colaboradores não há engajamento, nem compromisso, nem motivação. Isso pode levar à situação na qual a única pessoa responsabilizada por mau desempenho é justamente o profissional da sustentabilidade, sem questionamento de quanto apoio interno ele teve.

A pesquisa mostra que por essas razões, apesar de o país contar com referências mundiais em sustentabilidade, na média, as empresas ainda se encontram em um estágio imediatamente superior à simples busca por cumprimento da legislação.  As empresas chegaram nesse segundo estágio devido à pressão da sociedade e de governos, à existência de empresas que são referência em sustentabilidade no mercado e devido aos profissionais conscientes nas organizações sobre a importância do tema.

Os principais desafios para o avanço da sustentabilidade, apontados na pesquisa, são a maior integração entre ações internas, melhor atendimento das demandas socioambientais e integração do tema na estratégia corporativa. Para superar os desafios, as empresas devem investir em gestão, coordenar ações e alinhá-las ao negócio.

Para terem apoio da liderança, as iniciativas de sustentabilidade precisam gerar resultados econômicos, de preferência com taxas de retorno superiores às de investimentos em outras áreas. Para engajamento e integração dos profissionais frente à sustentabilidade, é preciso que os objetivos corporativos sejam desdobrados para as diferentes áreas, com definição de prioridades conforme capacidade de contribuição para o resultado corporativo.

Se a sustentabilidade for vista como potencial fonte de vantagens competitivas e sua gestão for profissional, as empresas tendem a alcançar estágios mais avançados de sustentabilidade. Neles, terão maior capacidade de desenvolver produtos, serviços e até modelos de negócio, ganhando competitividade e competência para a superação dos desafios cada vez mais complexos enfrentados por nossa sociedade.

Acesse o Relatório completo: "Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras 2012" clique aqui

*Rafael Tello é professor e pesquisador do Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral. Colaboraram neste artigo Lucas Amaral Lauriano e Eduarda Carvalhaes, também responsáveis pela pesquisa Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras

Fonte: Estado de Minas

Sustentabilidade no Brasil: um enigma confuso

Embora os brasileiros demonstrem preocupação com os problemas ambientais, a consciência permanece divorciada da ação positiva


O Brasil tem recebido uma atenção regular dos noticiários internacionais. Ultimamente, as coberturas jornalísticas abordam desde as festas de Carnaval até a resiliência da nossa economia em meio à recessão global (o país é, agora, a sexta maior economia do mundo, tendo ultrapassado o Reino Unido). Além disso, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 serão eventos sediados no Brasil, divulgando ainda mais a sua imagem positivamente.
Da mesma forma, as conquistas recentes do Brasil nas esferas da sustentabilidade parecem reforçar uma boa reputação. Afinal, aqui impulsionaram-se expectativas mundiais de responsabilidade social e ambiental há 20 anos, na Conferência das Nações Unidas, a ECO-92, e conseguiu-se evitar que a Rio+20 fosse um fracasso completo. A nação também pode se gabar de ter a matriz energética mais limpa do planeta e ser um dos poucos países a chegar perto de cumprir com as metas de emissões de GEE acordadas na COP-15. É o local de nascimento de empresas vencedoras de prêmios daGlobal Reporting Iniciative (GRI), ano após ano, e o lugar onde os cidadãos não foram tão afetados pela onda de ceticismo acerca das alterações climáticas que assombra o mundo todo, segundo demonstram as pesquisas.
Então, poderão os brasileiros ensinar ao mundo o caminho para um futuro brilhantemente sustentável?
Pesquisas de opinião pública, realizadas ao longo da última década pela Market Analysis e pelo Ministério do Meio Ambiente, revelam tanto certezas como paradoxos. Os brasileiros lideram em preocupação com questões ambientais; mais de 90% dos entrevistados percebem poluição do ar, alterações climáticas, perda de biodiversidade ou da disponibilidade de água como problemas muito graves – pelo menos 30 pontos percentuais a mais do que a média internacional. O alto nível de consciência traduz-se em uma maioria que coloca a importância da proteção ambiental acima do crescimento econômico, assim como o entusiasmo para participar de programas de reciclagem de lixo doméstico, se lhes fosse dada a chance. Essa conscientização também direciona um nível recorde de interesse em sustentabilidade empresarial, para além de 70% das empresas, desde que começamos a mapeá-lo em 2002. Fato igualmente relevante é que um a cada dois adultos admite estar disposto a pagar um pouco mais por um produto ético.
No entanto, quando se trata das condutas dos consumidores pela sustentabilidade, os resultados são surpreendentes. Ações pelo consumo ético como, por exemplo, boicotes ou recompensas para marcas e produtos, em função da atuação sustentável destes, são realizadas por menos de um quinto deles.  Sete em cada 10 adultos misturam pilhas e lixo eletrônico com o lixo residencial. E uma esmagadora maioria continua utilizando as sacolas plásticas não biodegradáveis ao fazer compras nos supermercados. O que é que faz com que os brasileiros sejam líderes em intenção, mas retardatários em um comportamento verde?
De acordo com o GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), a maior rede brasileira de investidores sociais, os investimentos empresariais em projetos sociais e ambientais ultrapassaram os R$ 2,5 bilhões (cerca de US$1,3 bilhão), em 2012. Esse número equivale aos investimentos de vários estados em inclusão social, desenvolvimento comunitário e proteção ambiental. Em uma pesquisa com 400 empresas, mais da metade delas já tem um departamento para supervisão de políticas sustentáveis ​​e, em média, 3% de suas receitas são alocadas para programas socioambientais. A quantidade de relatórios de sustentabilidade corporativa publicados é 11 vezes maior do que em 2000, e o Brasil aparece, agora, em quarto lugar no ranking da GRI. A mídia impressa seguiu esse boom, aumentando em nove vezes as coberturas sobre a agenda de sustentabilidade nos últimos 13 anos.
Em outras palavras, essas questões entraram na linguagem cotidiana no Brasil e, diferentemente dos outros países da América Latina, aqui se pode encontrar um contexto tremendamente estimulante para se introduzir a sustentabilidade na agenda pública.
Mas a atenção e as atitudes positivas para com a sustentabilidade vêm sendo ofuscadas por dificuldades de longa data. A reciclagem permanece prejudicada pelo fato de que menos de um terço dos 5.565 municípios brasileiros promovem a coleta seletiva do lixo. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) criou um código específico para o greenwashing, proibindo a chamada propaganda enganosa. Com uma renda per capita média anual ligeiramente superior a U$10.000 dólares, torna-se difícil suportar os preços premiumda maioria das escolhas ​​e estilos de vida sustentáveis. E, além de tudo isso, a oportunidade de consumo que antes estava contida para os quase 42 milhões de brasileiros que migraram para a nova classe média, nos últimos anos, não representa uma boa base para o consumo responsável.
Quando perguntados sobre quem é responsável pela degradação socioambiental, os brasileiros culpam o governo; sobre quem deve liderar tal responsabilidade, aponta-se para o governo, mais uma vez – o mesmo que, desde o início de 2011, vem incentivando o desmatamento e a poluição por meio da construção de megabarragens na Amazônia, uma corrida pelo petróleo nas camadas oceânicas do pré-sal em detrimento da indústria de biocombustíveis, e oferece redução de impostos para a indústria automobilística sem considerar as compensações de emissões. O mesmo governo, no entanto, que nos dois últimos anos lançou uma aprimorada regulamentação para os resíduos sólidos e tem feito esforços junto ao setor privado para conter a extração ilegal de madeira, bem como o comércio de carne e soja provenientes de áreas desmatadas. De alguma forma, a aparente falta de direção dos políticos e a inércia da maioria das pessoas, em última análise, condensam o dilema da sustentabilidade na sociedade brasileira.
Assim, o que a opinião pública no Brasil pode nos ensinar sobre a reação das pessoas numa agenda desafiadora para a sustentabilidade? Ela nos diz que, a fim de mobilizar consumidores e cidadãos, é preciso ir além ao destacarmos a gravidade de um problema. Isso demonstra que conscientização e atenção à sustentabilidade podem perfeitamente estar divorciadas de uma ação verdadeiramente sustentável e que, embora a liderança empresarial e social seja extremamente positiva, não representa condição suficiente para ajudar a sociedade a cumprir com o discurso – o walk the talk – da sustentabilidade. Brasileiros, como a maioria dos cidadãos de todo o mundo, têm um longo e sinuoso caminho pela frente para encontrar uma prosperidade sustentável.
Fabián Echegaray é diretor-geral da Market Analysis, instituto de pesquisa especializado em sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, e articulista da revista Ideia Sustentável.
Fonte: The Guardian / Ideia Sustentável

Suíços criam canudo que filtra água contaminada


Uma empresa suíça criou um canudo que elimina elementos nocivos à saúde encontrados na água contaminada, como bactérias e vírus. Cada canudo possui um potente sistema de filtragem, que pode ser usado para limpar até 700 litros de água – quantidade média consumida anualmente por cada pessoa.

Batizado de LifeStraw (em português, “Canudo da Vida”), o tubo de plástico é bem mais grosso que um canudinho convencional e elimina praticamente todos os elementos nocivos que contaminam a água, responsáveis por causar doenças como cólera, diarreia e febre tifoide.  Além disso, o “Canudo da Vida” destrói 99% dos vírus que circulam no sistema de filtragem, elaborado a partir de fibra halógena.

Ao longo de uma série de testes, a Universidade da Carolina do Norte comprovou que o canudo consegue filtrar totalmente as amostras de água contaminada com as bactérias Escherichia coli B e Enterococcus faecalis, além do vírus MS2 colifago, iodo e prata. Assim, as cobaias ingeriram água potável por meio do canudo de filtragem instantânea.

No entanto, o LifeStraw não consegue eliminar metais pesados da água, como ferro e flúor, e também não está apto a remover parasitas, como a giárdia e o criptosporídio. Cada canudo, que tem menos de 25 centímetros de comprimento, pode filtrar até 700 litros de água – estimativa média do consumo anual de água por pessoa.

Agora, o objetivo dos criadores é levar o produto a ONGs e grupos de ajuda humanitária, mas, de acordo com o CEO da empresa, Mikkel Frandsen, nem todos demonstram interesse por soluções que melhorem o acesso e a qualidade da água nas regiões carentes. “Ninguém está estrelando uma campanha de erradicação da diarreia”, declarou o CEO para a Scientific American.

A empresa de relações públicas Saatchi & Saatchi indicou o Canudo da Vida como a principal ideia que mudará o mundo nos próximos anos, em uma competição recente entre inovações tecnológicas com impacto na ajuda humanitária, na educação e na medicina. O grupo Vestergaard Frandsen, que desenvolveu o sistema, recebeu uma quantia de 100 mil dólares para ser investida no produto.

Fonte: Scientific American / CicloVivo

Projeto paisagístico de Burle Marx é retomado no Eixo Monumental

A implantação de um projeto paisagístico de Burle Marx no meio do Eixo Monumental, entre a Torre de TV e a Rodoviária do Plano Piloto, deu mais um passo. Foi publicada, na edição de 18/03/2013 do Diário Oficial do Distrito Federal, autorização da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) para que a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) faça a perfuração de quatro poços artesianos para irrigar vegetação e abastecer os espelhos d’água que serão criados. As obras fazem parte da revitalização de parte da região central de Brasília com vistas à Copa do Mundo de 2014.

O projeto original do paisagista Roberto Burle Marx, datado da década de 1960, previa a criação de um espaço de convivência arborizado entre a Torre de TV e a Rodoviária, ao longo do canteiro central. Com a vinda do maior torneio esportivo do planeta para o país e para a capital, o plano foi retomado. “Estamos fazendo um resgate da ideia original. Será uma área de convívio a mais para ser visitada durante a competição, até pela sua proximidade com o setor hoteleiro e com o Estádio Nacional Mané Garrincha, mas também ficará como um legado para a cidade”, disse o secretário extraordinário do GDF para a Copa, Cláudio Monteiro.

Fonte: Correio Braziliense

Projeto em Extrema, MG, reconhece e paga por serviços ambientais


Nascentes alimentam riachos que formam o Jaguari, rio que é bebido inteirinho pela população da região metropolitana de São Paulo.
O trabalho de recuperação que acontece nas encostas já valeu vários prêmios. O mais recente foi entregue na semana passada em Dubai, Emirados Árabes, um importante prêmio da ONU, que reconhece o projeto “Produtor de Água” como uma das melhores práticas mundiais de conservação.
O Globo Rural acompanha este projeto desde o início. Em 2008 agricultores foram registrados no caixa da prefeitura recebendo dinheiro pela conservação das nascentes em um programa pioneiro de pagamento por serviços ambientais com recursos do município, de ONGs e dos governos estadual e federal.
Na época, o conservador das águas tinha 40 contratos, eram 40 propriedades, e cobria uma área de 1,2 mil hectares. Agora, já são 150 propriedades, totalizando 7,3 mil hectares, o equivalente a quase 9 mil campos de futebol como o Maracanã, que passaram a contribuir para uma melhor e maior produção de água no município.
É notável a melhoria das técnicas na expansão do projeto. No começo de tudo, o material de fazer cerca subia a montanha no lombo de uma mulinha, hoje eles já contam com o apoio de tratores para levar mourões, arame, ferramentas e mudas.
O grupo de reflorestamento, que tinha quatro pessoas, já conta com 20 trabalhadores feito linha de montagem. Uma turma vai na frente, abrindo as coroas e, para abrir as covas, em vez das antigas cavadeiras, uma máquina perfuradora de solo faz o buraco. Alguém joga o adubo e também mecanicamente, é feita a implantação da muda. A plantadeira deposita hidrogel no fundo da cova, assegurando umidade à raiz por longo tempo, evitando irrigação e garantindo um pegamento de 95%, segundo o gerente da equipe, Arlindo Cortez.
A nova metodologia agregou a conservação das encostas. Em uma primeira empreitada, 40 quilômetros de canais foram abertos, técnica milenar que evita erosão e retém mais água no terreno.


Extrema virou uma vitrine de bons exemplos e a expectativa era de que a experiência se alastrasse país afora, mas até agora é bem pequena no Brasil a quantidade de programas que pagam o produtor rural pela prestação de serviços ambientais. Não passa de 20 o número de projetos em todo o território nacional.
Confira o vídeo com a reportagem completa e conheça outros exemplos individuais de produtores e as dificuldades para o assunto virar política de estado.
Fonte: G1 Natureza

16.3.13

Mapa de Uso do Solo de Brasília - DF


Interessante trabalho em SIG (Sistema de Informações Geográficas), no qual é possível visualizar o uso e ocupação do solo de Brasília, Distrito Federal.
A mesma ferramenta está disponível também para outras cidades.

Para brasileiros, a felicidade se associa ao bem-estar


“Para você, o que é felicidade?” Essa foi uma das perguntas que o Instituto Akatu fez a 800 brasileiros de todas as regiões do país no final de 2012. Os resultados da pesquisa mostram que os entrevistados – independentemente de fatores como classe social ou faixa etária – associam sua felicidade muito mais ao bem-estar físico e emocional e à convivência social do que aos aspectos financeiros e à posse de bens.
Quando questionados sobre o que consideram ser felicidade, dois terços dos entrevistados indicaram que estar saudável e/ou ter sua família saudável é um fator essencial de felicidade. Para 60% do público que respondeu à pesquisa, conviver bem com a família e os amigos também os aproxima mais da felicidade. Apenas três em cada dez brasileiros indicaram a tranquilidade financeira em suas respostas.
“Segundo a nossa pesquisa, para os brasileiros, ir ao encontro da felicidade hoje não é aumentar o consumo, mas trabalhar pela saúde e prover condições para o verdadeiro bem-viver, com suficiência material e tempo para desfrutar a vida em companhia dos amigos e familiares, num ambiente seguro e acolhedor”, analisa Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu.
Desejos sustentáveis
A tendência de valorizar o bem-estar se confirmou quando os entrevistados foram convidados a priorizar seus desejos. O resultado mostra que, coerentemente com sua visão sobre felicidade, os brasileiros são fortemente atraídos pelo caminho da sustentabilidade. Em cinco dos oito temas propostos (afetividade, alimentos, água, mobilidade, durabilidade, energia, resíduos e saúde), os entrevistados preferiram as alternativas mais ligadas ao caminho da sustentabilidade do que as ligadas ao do consumismo.
O tema afetividade destaca-se como o que tem maior diferença entre os que preferem o cenário mais sustentável (passar tempo com as pessoas – com índice de prioridade de 8,3 em uma escala de 0 a 10) ao invés do consumista (comprar presentes – índice de 2,6), o que leva a uma reflexão sobre os hábitos relacionados às compras de presentes de qualquer natureza.
Em seguida, outros três temas (alimento, água e mobilidade) são os que contam com uma preferência bem maior para os cenários do caminho sustentável, com a qualidade de vida (expressa por alimentos saudáveis, uso racional da água e boa mobilidade) sendo bem mais valorizada do que o modo consumista tradicional (expresso por alimentos práticos, uso irresponsável da água e ter carro próprio).
Merecem destaque as escolhas relacionadas à mobilidade: se deslocar pela cidade com rapidez, segurança, conforto e flexibilidade alcançou um índice de 7,9, enquanto ter carro próprio obteve apenas 4,9 em um escala de 0 a 10. Até mesmo para quem não usa um carro próprio em seu cotidiano (82% dos entrevistados), a preferência é fortemente em favor da mobilidade (7,7).
O aspecto específico da durabilidade também mostra uma tendência favorável ao caminho da sustentabilidade, na contramão da obsolescência planejada e da descartabilidade: os respondentes demonstraram um interesse proporcionalmente bem maior por produtos que durem bastante e que possam ser atualizados do que por produtos baratos e substituíveis.
Nos temas energia e resíduos há um virtual empate entre as respostas associadas ao modelo consumista em vigor e as propostas sustentáveis para o mesmo tema. Apenas na questão relacionada à saúde, em que as opções eram ter um bom plano de saúde ou ter um estilo de vida mais saudável, houve prevalência da alternativa mais relacionada ao consumo. “A resposta parece revelar não uma preferência pelo modelo consumista, mas sim uma preocupação com a precariedade do sistema de saúde. E, mais ainda, uma atitude que prioriza a segurança, pois a garantia de assistência médica em caso de necessidade vai ao encontro da primeira prioridade dos brasileiros quando pensam em sua felicidade: ter saúde”, explica Mattar.
Em todas as classes sociais se verifica maior aspiração pelo caminho sustentável do que pelo caminho atual, da sociedade de consumo. Nesta tendência, um exemplo de destaque: quando solicitados para priorizar entre “ter tempo para estar com quem gosta” e “comprar presentes”, os entrevistados de todas as classes sociais mostram preferência bem maior pela primeira opção, a mais sustentável.  “Possivelmente pela carência de acesso a bens e serviços básicos, as classes mais baixas mostram aspiração pelas soluções oferecidas pela sociedade de consumo em alguns tópicos, mas, ainda assim, as opções sustentáveis prevalecem em suas escolhas de longo prazo”, comenta Aron Belinky, coordenador técnico da pesquisa.
Saber que o potencial de adesão ao consumo consciente já se expressa nos desejos dos consumidores indica um descompasso entre o que a sociedade quer o que se oferece a ela. “Quanto tempo mais será necessário para que as empresas e o Poder Público reconheçam essa situação e busquem atender a essas demandas da sociedade, em vez de incentivar um modelo insustentável e esgotado do consumo pelo consumo em si e não como instrumento de bem-estar?”, questiona Mattar. A resposta a essa pergunta determinará o nosso futuro. 
Fonte: Instituto Akatu / Observatório Eco

Documentário 20 anos do curso de Engenharia Ambiental (Unitins/UFT)



                            
Documentário sobre os 20 anos do curso de Engenharia Ambiental (Unitins/UFT).




  

Resumo das Palestras: 20 anos do curso de Engenharia Ambiental 
  
Fonte: UFTDicom

A economia é um subsistema do meio ambiente


Definitivamente, a economia neoclássica têm sérias dificuldades em aceitar o fato de que a economia é apenas um subsistema do meio ambiente. Centrados numa visão míope do diagrama do fluxo circular (empresas fornecendo bens e serviços às famílias dada as condições do mercado de fatores de produção) que é de natureza hermeticamente fechada, isolada e restrita, os economistas tradicionais não enxergam (ou não querem enxergar) a completa interrelação existente entre a economia e a natureza. 

Diante disso, passam por cima das questões ambientais, pois entendem que a economia é soberana e superior a tudo. Para os “tradicionais”, as questões de ordem ambiental não passam de meros setores pertencentes à macroeconomia, como são os casos da pesca, da agropecuária, das florestas, entre tantos outros. Para esses não há limites e obstáculos ditados pelo ambiente e a expansão da atividade produtiva pode ocorrer sem maiores transtornos.

Pensando assim, os economistas tradicionais ignoram o que realmente se sucede em termos reais de movimentação dentro de um sistema econômico: entra (materiais) e sai (resíduos); entra matéria e energia, sai ejetada poluição (lixo); logo, a economia não pode ser vista como um sistema fechado. Ao contrário: a economia nada mais é que um sistema aberto dentro de um amplo sistema (o ambiente) que tem a finitude como sua maior característica. 

Nesse ponto, convém chamar a atenção para o desenho aqui apresentado: fluxos de entrada (materiais e energia) e de saída (produtos e resíduos ejetados) precisam ser considerados em sua essência, e não relegados ao descaso como é comum pela visão econômica tradicional. A economia necessita (e sempre precisará) da natureza, e não o contrário. Nas palavras de Clóvis Cavalcanti, “não existe sociedade (e economia) sem sistema ecológico, mas pode haver meio ambiente sem sociedade (e economia)”. 

É totalmente equivocado pensar a atividade econômica de forma ermitã. A economia é apenas uma parte de um todo; o todo é o meio ambiente. 

Nessa linha sistemática de defesa em torno do meio ambiente, quando se aponta dedo em riste sobre a atividade econômica, pontuando a exploração de recursos em favor de um crescimento antieconômico, é forçoso aventar que o “tipo de economia” que pretendemos, capaz de assegurar a capacidade de progresso à geração futura, não está fazendo o jogo do antiprogresso, do antidesenvolvimento, da antievolução. Para termos progresso, desenvolvimento e evolução, de fato e de direito, é necessário entender que há limites biofísicos, e esses obrigatoriamente devem ser respeitados.

Por isso, não há como escapar da seguinte premissa: crescer significa usar o meio ambiente, e mais crescimento significa menos meio ambiente, pois como aponta Herman Daly, a biosfera é finita, não cresce, é fechada (com exceção do constante afluxo de energia solar) e obrigada a funcionar de acordo com as leis da termodinâmica. 

Também por isso e para isso, cabe destacar que qualquer subsistema, como a economia, em algum momento deve necessariamente parar de crescer e adaptar-se a uma taxa de equilíbrio natural. 

Funda-se nesse argumento um fato imperioso: parar de crescer não significa parar de se desenvolver. É perfeitamente possível prosperar sem crescer. Prosperidade é sinônimo de bem-estar para todos. Logo, não pode haver prosperidade em ambientes que são constantemente expostos à degradação, reduzidos a poluição como objeto final, afetando a qualidade de vida das pessoas. 

Com isso, é urgentemente necessário trocar a busca incessante do crescimento (expansão quantitativa) pelo desenvolvimento (melhoria qualitativa). No linguajar dos economistas-ecológicos crescimento econômico vai até certo ponto, ultrapassado esse ponto não há melhorias, mas sim perdas significativas começando pela qualidade do ar que respiramos e pela completa destruição do espaço natural, afetando sobremaneira a qualidade de vida nas cidades, tornando-as insustentáveis.
  
Marcus Eduardo de Oliveira é economista, especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre em Estudos da América Latina pela (USP).

Fonte: CenárioMT

12.3.13

Portal RB Ambiental completa 5 anos


ANIVERSÁRIO - RB AMBIENTAL

O Portal RB Ambiental completa hoje (12-03-2013) cinco anos. Agradecemos a todos que, direta ou indiretamente, apóiam este Projeto e ajudam a manter atualizadas as informações ambientais e, principalmente, aos nossos estimados visitantes.

Renato Barreto
Autor do Projeto RB Ambiental



Contato: rbambiental@gmail.com



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